sexta-feira, março 27, 2009

Primavera para ti


as fogueiras levantaram o seu grito

e as aves, não temendo o vento nem a sede,

vieram até mim e falaram-me de um tempo

em que o sangue do poema

haveria de unir todos os lados do mar.

as Mães, então, entoariam

uma dulcíssima canção,

embalando as crianças

para sempre adormecidas nos seus braços.

depois, com gestos muito lentos, guardariam

a imensidão do seu amor

num pequeno lenço de rosas

e névoa.

esse foi o tempo que eu esperei e vivi

ou recordei,

durante a estação da grande quietude.

talvez fosse, agora, o momento de contar como as flores

da primavera

tudo inundam de vida, de luxúria, de cor

e de intensos aromas.

mas a minha voz perdeu-se numa esteira

de deserto

silente



Na sua Ínsua, a Aquilária dedicou-me este poema belíssimo e eu só posso retribuir-lhe a gentileza com flores desta Primavera.









5 comentários:

Justine disse...

Encantadora partilha, de ambas: flores por poemas, qual deles o mais estonteante...

bettips disse...

Aqui o recreio dos olhos e um afago de alma. Ambos com aplausos, é bom que os amigos troquem estas preciosidades!

Manuel Veiga disse...

é um poema muito bonito. de facto...

festivas as tuas fotos. belíssima a partilha

beijos

aquilária disse...

sem palavras para te agradecer, jawaa, entreabro a minha janela à primavera que aqui me ofereces.e que ela floresça sempre nas tuas mãos, em cujo gesto canta uma ave.

agradeço, também, os comentários ao poema e deixo um abraço.

bat_thrash disse...

Lindo poema! Aqui em meu país estamos no Outono. Minhas estações preferidas são Primavera e Outono.
Parabéns a Aquilária pela poesia lindíssima e a ti pelas fotos.

Beijos.