domingo, junho 16, 2013

URGÊNCIA



[…]
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe d´asa ...
Se ao menos eu permanecesse aquém ...
Paris 1913 - maio 13




Fica-se sempre aquém do sonho. Como aquele nadador que sobe as escadas da prancha até ao último andar e se detém olhando o quadrado de azul lá em baixo. Já não é a água, é uma pintura de tela onde o mergulho não cabe, é o medo da respiração daquele espaço que o separa da fusão do deleite da entrega.

A vida espraia-se por desejos, perde-se por veredas e deixa o caminho largo seguir na solidão de si, abrindo aos outros os espaços onde caberia também, não fosse o medo da sua grandeza. Porque a grandeza assusta. Mais ainda quando não sabemos bem como gerir um legado de nove séculos que se cumprem não tarda, 2043 é já ali.

Um milénio é muito tempo. Um milénio são dez séculos e um século é o tempo de uma vida longa, agora que as vidas humanas se estendem desafiando o equilíbrio da espécie nem sempre nas condições ideais de dignidade. E é disto que se trata quando olhamos para este país que é o nosso, é para crescer em dignidade, que devemos olhar com muita atenção para a EDUCAÇÃO do próximo século. É mister que se aprofundem os laços com a nossa História, que se retomem as rotas que nos tornaram grandes há meio milénio, é mister que os erros cometidos então sirvam de exemplo para firmar o nosso papel de rosto duma Europa a que sempre pertencemos por direito.

Com a educação de um povo não se brinca. A economia vive em ondas de crescimento e recuo, os ventos da globalização sopram e abanam todas as estruturas, mas a Escola (a escola assenta nos Professores) tem de ser firme, de ter força, tem de ensinar a Justiça, tem de ensinar o povo que fomos, o povo que somos, tem de construir o povo que seremos no fim do milénio. E já se faz tarde.