«Que viaje à roda do seu quarto quem está à beira dos Alpes, de Inverno, em Turim, que é quase tão frio como Sampetersburgo – entende-se. Mas com este clima, com este ar que Deus nos deu, onde a laranjeira cresce na horta e o mato é de murta, o próprio Xavier de Maistre, que aqui escrevesse, ao menos ia até ao quintal.
Eu muitas vezes, nestas sufocadas noites de Estio, viajo até à minha janela para ver uma nesguita de Tejo que está no fim da rua, e me enganar com uns verdes de árvores que ali vegetam sua laboriosa infância nos entulhos do Cais do Sodré. E nunca escrevi estas minhas viagens nem as suas impressões: pois tinham muito que ver! Foi sempre ambiciosa a minha pena: pobre e soberba, quer assunto mais largo…»
Eu muitas vezes, nestas sufocadas noites de Estio, viajo até à minha janela para ver uma nesguita de Tejo que está no fim da rua, e me enganar com uns verdes de árvores que ali vegetam sua laboriosa infância nos entulhos do Cais do Sodré. E nunca escrevi estas minhas viagens nem as suas impressões: pois tinham muito que ver! Foi sempre ambiciosa a minha pena: pobre e soberba, quer assunto mais largo…»
Almeida Garrett
Num outro canto do mundo, debruçada para o mar Negro, a Natureza é una na sua diversidade: o mesmo azul no céu, a mesma explosão de flores em cada árvore, o mesmo entardecer em cada silhueta de catedral.
Só a tradição dos homens nos traz alguma originalidade, e ainda assim, idêntica nos seus anseios: sempre os desejos, sempre os feitiços, sempre o espírito a inventar-se para concretizar sonhos. Para os materializar, enfeites em tons de branco e vermelho para cada novo florescer, escola com nome de menino grande – Saint Exupéry –, arte em ânsias de infinito.
Mais prosaica a sesta do urso com seu dono na sombra dos pinheiros floridos e, para matar saudades de casa, o almoço de jaquinzinhos…
1 comentário:
Uma fotos muito giras..
Um Abraço
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