Tu me ensinaste a esperar
Como esperaste nas horas difíceis
Mas a vida
Matou em mim essa mística esperança
Eu já não espero
Sou aquele por quem se espera…
Sou eu minha Mãe.
A esperança somos nós
Os teus filhos
Partidos para uma fé que alimenta a vida.
Somos as crianças nuas das sanzalas do mato
Os garotos sem escola a jogar a bola de trapos
Nos areais ao meio-dia
Somos nós mesmos
Os contratados a queimar vidas nos cafezais
Os homens negros ignorantes
Que devem respeitar o branco
E temer o rico.
Somos os teus filhos, Mãe
Dos bairros de pretos
Com fome e com sede
Com vergonha de te chamarmos Mãe…
Agostinho Neto
Nota: Todas estas imagens foram copiadas do site Sanzangola
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