Penso na morte
Mas sei que continuarei vivo no epicentro das flores
No abdómen ensanguentado doutros-corpos-meus
Na concha húmida de tua boca em cima dos números mágicos
Anunciando o ciclo das águas e o estado do tempo
A memória dos dias resiste no olhar de um retrato
Continuo só
E sinto o peso do sorriso que não me cabe no rosto
Improviso um voo de alma sem rumo mas nada me consola
É imprevista a meteorologia das paixões
Pássaros minerais afastam-se suspensos
Vislumbro um corpo de chuva cintilando na areia
Até que tudo se perde na sombra da noite… além
Junto à salgada pele de longínquos ventos
Mas sei que continuarei vivo no epicentro das flores
No abdómen ensanguentado doutros-corpos-meus
Na concha húmida de tua boca em cima dos números mágicos
Anunciando o ciclo das águas e o estado do tempo
A memória dos dias resiste no olhar de um retrato
Continuo só
E sinto o peso do sorriso que não me cabe no rosto
Improviso um voo de alma sem rumo mas nada me consola
É imprevista a meteorologia das paixões
Pássaros minerais afastam-se suspensos
Vislumbro um corpo de chuva cintilando na areia
Até que tudo se perde na sombra da noite… além
Junto à salgada pele de longínquos ventos
Al Berto
A fotografia é uma arte maior a que nem todos têm acesso. Uma máquina topo de gama não transmite sensibilidade, encanto, delicadeza, subtileza, argúcia, a qualquer imagem.
Colher da natureza o belo em cada palpitar de vida, em cada olhar, em cada desabrochar; marcar o sonho ou a solidão, o abandono, a violência, o desespero, a esperança ou o êxtase, também a incúria; surpreender o vento no debruçar da folhagem contra o céu azul ou registar a tempestade nas nuvens escuras sobre o mar encapelado é mister de excepção, de excelência.
Só um espírito observador e arguto encontra o momento exacto de cada ângulo certo, fixa um pormenor, uma porta, um muro, um tronco seco, uma pedra, uma pétala, uma folha, uma onda, tira ilação dum desenho esparso, aparentemente desconexo e fixa uma sucessão de imagens de que se pode inferir uma mensagem, uma relação oculta, quiçá fortuita.
Estas imagens surgem numa mesma cidade, num mesmo local de passagem de energia - gás, electricidade, esgotos, garagens - num mesmo registo de desenho a negro.
Imagens de Cpicard
2 comentários:
Fiquei maravilhada.
Muito bem desrita o olhar de quem capta e regista através de uma máquina.
Fiquei surpeendida com o texto e com as imagens aqui apresentadas.
Parabéns e fico muito agradecida com este belo recado.
Um bom resto de Domingo.
Daniela
Dakidali, repare que as imagens não são captadas por mim... não me atribua méritos que não tenho p.f.! Quando muito seleccinei estas entre outras...
Beijinho...
Ah, ficou contente com o resultado do Mundial? Noutras circunstâncias eu não ficaria, mas tenho de alimentar o meu outro cachorrito e fiquei feliz!
Daniela, obrigada tbém pelas suas palavras, mas atenção que a autoria das imagens não é minha, se fosse, não me atreveria a escrever aquele texto... Eu coloquei o nome do autor delas em baixo: Cpicard
Um beijo
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