O Poeta ouviu a voz da sereia que ninguém ainda tinha ouvido
e descobriu a verdadeira voz do mar
em que ninguém ainda tinha reparado.
Depois escreveu o mais lírico dos poemas
e todos disseram para ridicularizar o Poeta
que o Poeta era um louco.
O Poeta pediu aos ricos Pão para os pobres
e defendeu simplesmente o direito de viver
para todos os homens.
Isto foi um alarme tão grande
que o acharam um ente perigoso
[...]
Quando o Poeta morreu,
leram o que deixou para se ler depois da sua morte
e viram
que o Poeta não queria pompas mortuárias
nem busto depois nas praças públicas.
Nem ruas depois como seu nome.
Todos sorriram porque acharam o caso pitoresco
este de o Poeta não querer a imortalidade.
Então concluíram com ar depreciativo
que o Poeta era um filósofo original
Jorge Barbosa in «Caderno de um Ilhéu»
1 comentário:
um poeta atento à música (e à dança) no parque.
grato
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