quinta-feira, julho 23, 2009

Anoitecer em Donoway




Resposta
 
«Eu vinha para a vida, e deram-me dias»
vivos com os seus lugares e espaço.
 
Ontem nasci sem fim, e alimentei-me
nesta mesa que em duas se reparte.
Uma aba no mar, vagante à toa,
trouxe os sabores de ondas, de orlas.
Outra aba na terra mostrou-me as pedras
polidas, úberes, gastas. Pedras
densas que me encheram o ventre
e me criaram similar à Terra.
No mar tive cristais quebrados, jóias;
na terra, tão nítida poeira branca
que fundi as formas das flores visíveis.
 
E hoje é este olhar profundo,
deriva das imagens pelo mundo.
 
 
Fiama Hassa Pais Brandão
 
 






5 comentários:

Rocha de Sousa disse...

Bom poema para pairar sobre as suas
panteístas fotografias. São lugares
de sempre e para sempre,como os de-
dos acariciantes dos versos. É como
chegar a um lugar é dizer apenas:
Aqui estou,
para sempre.

Paula Raposo disse...

As palavras de Fiama em perfeição com as fotos lindas!! Beijos.

Justine disse...

De perder a respiração, o teu pôr-de-sol!
E Fiama! Que belo, tudo.

Nilson Barcelli disse...

O poema é excelente.
As fotos... soberbas, querida amiga.
Beijo.

Rafael Almeida Teixeira disse...

Gosto, também, de tuas fotografias.

Abraços.