sexta-feira, novembro 23, 2007

Guerra perdida?



Antes de entrar no remanso do fim-de-semana, dei com um desafio «que anda por aí» e de que já tinha dado conta: abrir o livro que tiver mais perto na página 161 e transcrever a 5ª frase inteira. Não participo, por norma, nestas correntes, mas passei agora pela APC e ela limita-se sugerir a continuação da brincadeira a quem achar por bem fazê-lo.

Acedi.

Como quem não quer a coisa, deito mão ao livro que tinha aqui ao lado, em cima da mesa, procuro a página apenas para ver se a frase me passaria algum sentimento, impressão, alguma sensação que me tocasse. Aconteceu.

Era como que uma guerra perdida de antemão, algo de indefinível. Isto diz Pablo Neruda em «Confesso que Vivi».

Não li o antes nem o depois, mas acendeu aquele sentimento indelével de que algo se vai passando de inexorável no nosso tempo presente que prenuncia uma luta que quer começar mas ainda não teve início, a batalha que se quer travar mas tarda em reunir armas e munições, gentes, vontades; mais do que isso, empenho, entusiasmo, força, desafio. E depois, quero dizer, antes, medo, mas medo a sério da guerra em que todos seremos o inimigo.

De alguém forte, mas tão forte, que só todos os povos aliados da Terra poderão fazê-la recuar.

É a ferocidade de uma Natureza ferida, continuamente agredida e desonrada na grandeza que sempre disponibilizou para nós, na prosperidade que nos concedeu ao permitir que nos servíssemos dela, na beatitude do seu equilíbrio.

Temos pouco tempo para a conquistarmos de novo.

Cada vez menos tempo.



9 comentários:

rui disse...

Olá Jawaa

Partilho a tua visão e preocupação.
A exploração de forma desenfreada e os constantes ataques bárbaros que fazemos à Natureza, faz de nós, os piores inimigos de nós próprios!
Seres insanos que somos, sofreremos as terríveis consequências, se não soubermos manter este ténue equilíbrio.
Guerra perdida! Não sei, mas espero que não.

Que tenhas um bom fim-de-semana
Abraço

Rocha de Sousa disse...

«Temos pouco tempo para a recon-
conqistar de novo» (A Naureza) Cada
vez menos tempo». As suas palavras
desta guerra aparentemente perdida fazem-me lembrar rascunhos da mi-
nha juventude em que, baseado já em leituras sobre as coisas do espaço e a ficção científica de bom fundamento, reflectia muito so-
bre esta problemática. Desde antes do 26 de Abril que estudo como posso este problema. Além dos ciclos da própria Natureza, o homem
apressou o início de outro, desta vez com maus presságios para a pró-
pria civilização. Não vamos ver o pior, mas seiscentos anos não é muito tempo para que os homens te-
nham de preocupar-se mais com a sua
sobrevivência do que com as asrmas nucleares do Irão, países submersos
e a espécie humana sentada à espe-
ra, com gente ataflhada nos Bancos
de os hospitais. O capitalismo será
uma folha seca e amolecida levada
pela água lamacenta.
Até
Rocha de Sousa

APC disse...

Uma espécie de guerra pela reconquista de nós mesmos...!?!

Escreveste belissimamente! :-)
Um grande abraço, num sábado lindo e frio. Bom fim-de-semana.

Rui Caetano disse...

Temos de apostar em nós mesmos, reconquistarmos o nosso sentir e a nossa revolta contra as atrocidades contra a nossa natureza e os bens naturais já é um excelente e importante passo.

PoesiaMGD disse...

Gostei muito do teu blog!
Um bom fim de semana!
Um abraço

http://www.escritartes.com/forum/index.php?referredby=3

Kalinka disse...

OLÁ
Tenho-me queixado de violência doméstica, já foi física mas ultimamente tem sido mais psicológica.

Acabo de visitar um blog que diz:
25 NOVEMBRO: DIA INTERNACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
A violência doméstica, nomeadamente a violência do género, é uma realidade que envergonha o mundo em pleno século XXI. Em Portugal foram registados, em 2006, segundo a UMAR, 20.595 situações de violência doméstica. Entre as agressões, incluem-se 39 casos de homicídio e outras 43 tentativas. No entanto estes números não revelam toda a realidade pois muitos casos não chegam a ser participados. Se fores vítima, ou testemunha, não hesites em denunciar!

Em caso de urgência liga o 800202148.
Apresenta queixa às autoridades competentes.
Pede apoio à APAV- Associação de Apoio à Vítima
Tel. 707200077 e-mail: apav.sede@apav.pt

ADERE A ESTA INICIATIVA E PUBLICA UM POST DE INDIGNAÇÃO.

Quero agradecer-te as simpáticas palavras que deixas no meu kalinka.

Desejo-te um excelente domingo.

Rafael Almeida Teixeira disse...

a grande questão é como reCONQUISTAR-LÓ.

Fragmentos Betty Martins disse...

Querida Jawaa


_____________a Mãe Natureza de facto está______cansada-saturada


_________penso que todos nós temos a consciência_________que um dia ela não aguentará_________e então irá ceder_____por conta dos desmandos e todos os actos de desinteligência_________do homem_______nós deveriamos ser os seus maiores aliados__________infelizmente para nós não o somos_________portamo-nos-trabalhamos como inimigos_________e nada fazemos para ajudar a


__________é urgente

que se olhe à nossa volta___________e se comece a dar mais atenção aos sinais que a Mãe Natureza_________que nos está a dar a todo o momento




beijO c/ carinhO
bSemana

Luíza Frazão disse...

O menosprezo pela Natureza acontece na proporção directa do menosprezo pelo FEMININO no mundo.

Ideias urgentes em:

O CÁLICE E A ESPADA (Riane Eisler, Via Óptima)
MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS (Clarisse Pinkola Estés, Rocco. Disponível na Net.

Obrigada por seres uma voz em defesa de um novo paradigma que urge implantar.

Abraço.
Luíza