«É humano querer o que nos é preciso, e é humano desejar o que não nos é preciso, mas é para nós desejável. O que é doença é desejar com igual intensidade o que é preciso e o que é desejável, e sofrer por não ser perfeito como se sofresse por não ter pão. O mal romântico é este: é querer a lua como se houvesse maneira de a obter.»
Bernardo Soares
Desta vez, algo vai bem no reino da Dinamarca, ou pelo menos promete. Estão presentes todos os grandes poluidores, dos Estados Unidos à China e à Índia, mas todos exigem afinal ajuda para continuar a poluir. Ou sou eu que compreendo mal, deve ser. Isto com a salvaguarda do Brasil, que pede ajuda para poder afrontar a desflorestação da Amazónia. O prémio Nobel da Paz deste ano parece cheio de boas intenções, mas não passa disso, pois Senado norte-americano ainda nem sequer aprovou legislação interna sobre a alterações climáticas.
E porque sopraram ventos de Copenhaga, as minhas nuvens escuras desapareceram como por encanto, e dei conta que precisava de renovar o template do blogue. Desconhecia essa necessidade técnica, lá tive de recorrer a pesquisas longas e decidi que temos de ter esperança em dias melhores. Então, sem nuvens, deu para ver o mar, a areia, os seixos; é tudo menos triste.
Lembra que ficar-se velho não é uma maldição, não senhor, é uma bênção dos céus como diziam os mais antigos, deve ser o prémio por se ter vivido mais tempo do que os mais novos, por ter experiências que eles não tiveram, por ter sabido usar da prudência necessária para chegar até aqui.
Há dias em que é preciso lembrar que temos de viver connosco apenas, somos o tal planeta que caminha sozinho na sua solidão, acompanhando a solidão dos outros, cada um na sua órbita. Alguns nem têm satélites.
5 comentários:
Gosto imenso deste template! Está lindo.
Beijos.
:)
Cib
Eu, cada vez mais pasmado,assisto da minha janela a este imenso voo
de Jawaa. Veja-se como ela, além de tratar da sua esperança, tratou
o enorme cinismo da cimeira de Co-
penhaga. Recta, subtil, demolidora
- e entretanto deixando na atmosfe-
ra permumada onde se desloca,a cla-
ra ideia da nossa solidão, meninos
tontos gastando tanta riqueza sem
onjecto, e depois uma palavra de
recomeço, apesar da lonjura onde está tudo e não está nada, estre-
las que ardem pela eternidade fora.
E algumas nem têm planetas.
Que raio, afinal somos maiores do
que parecemos.
Vi-te, então, com clara luz.
Desde o livro-cavalo-solto, passando pelo amigo e o ensinamento do lobo.
Desde a vaidade dos ricos nas mesas.
Vi-te com a profunda sabedoria desse continente apenas sonhado, tão pobre-tão rico, tão fecundo. Falta-me o termo para dizer: sangrado.
Mas di-lo-ei sagrado, como sagrada é uma terra amada.
E temos razão, eu feliz por te conhecer.
Bjs
A subtileza das palavras...
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