– Jura-me que nunca hás-de envelhecer – disse-te.
– Juro.
– E que nunca hás-de morrer.
– Sim.
– Em que a beleza estará sempre contigo. E a glória. E a paz.
– Juro.
Então baixei-me ao rio e trouxe água nas mãos
– Eu te baptizo em nome da Terra, dos astros e da perfeição.
Vergílio Ferreira
Um passo atrás do outro sobre a areia molhada na orla da praia sem conchas, pedaços de lama emergindo dela como seixos, mas que os pés sentem macios quando os esmagam e fazem deslizar sobre a areia.
A maré vazia abre o caminho das rochas que conduz à entrada da grande concha que forma a baía única e quieta, quem sabe assustada pelas sentinelas de betão erguidas em fila, fendendo e ofendendo um espaço deslumbrante.
Deste lado há a foz do rio que chega suave, como suave declina a tarde, o sol a esconder-se na duna alta, as gaivotas refrescando o corpo, espanejando-se nas águas libertas dos banhistas.
É morna ainda a areia solta que escorre da duna onde há crianças e jovens subindo e deslizando, deixando-se escorregar. Os grãos macios insinuam-se entre os dedos com volúpia e não há idade para deixar de sentir a terra.
7 comentários:
Concordo. Não há idade. Beijos.
idade para sentir a terra. e a vida...
beijo
Belo, belíssimo relato do teu sentir!
Uma visão plácida, de concordância
entre o corpo e a carícia vital dos
elementos naturais e o pulsar das
sensações em cascata mansa. Sempre
assim, desde menino brincando nas
dunas até à consciência madura dos factos e dos apelos do ser.
Com efeito, não há razão suprema para que não seja sempre assim.
Muito bonito. Muito sentido e muito natural.
Gostei.
Beijos
CONVITE:
Estive 5 dias isolada do mundo, num encontro espiritual comigo mesma, num monte alentejano e, por isso tenho que muito rapidamente divulgar a minha próxima exposição de fotografia.
Desta vez será no “Norte” a pedido de várias pessoas, em Fevereiro passado, quando foi a minha 1ª exposição individual aqui próximo de Lisboa, na margem sul.
Como gosto de desafios, houve “alguém” que me desafiou e disse que colaborava, nem pensei 2 vezes e decidi tratar do assunto em Abril passado.
Chegou Setembro e será a minha rentrée cultural.
Fica o convite para quem vive perto e noutros casos, em que a distância impossibilita a presença de tantos bloggers, fica a participação do evento.
Venho reforçar que teria todo o gosto em que estivesses presente na minha rentrée.
Será muito próximo do Porto, em S. Mamede de Infesta.
Acabei de fazer a divulgação no meu blog.
Abraços, TULIPA
Suave e belo. O prazer de te ler.
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