domingo, junho 01, 2008

Ritual de Verão

«Há coisas que se podem aprender com um velho cão. À medida que os meses passavam e as enfermidades aumentavam, Marley ensinou-nos acima de tudo a lidar com a inexorável finituide da vida. Jenny e eu ainda mal entráramos na meia idade. Os nossos filhos eram pequenos, éramos ambos saudáveis, os nossos anos de reforma, uma perspectiva insondável e distante. Teria sido fácil ignorar o medo inexorável da idade, fingir que ela pudesse passar por nós incolumemente. Mas Mas Marley não permitiria que nos déssemos a esse luxo.

Enquanto o víamos ficar grisalho, surdo e caquético, não havia como ignorar a sua mortalidade – e a nossa. O envelhecimento toca-nos a todos, mas no caso de um cão, fá-lo com uma rapidez que é ao mesmo tempo empolgante e ponderosa.»

John Grogan, «Marley e Eu»




Depois da tosquia que não agrada nem um pouco...





Ei-lo reduzido aos mil e oitocentos gramas de peso.



No Inverno há mais sossego!

14 comentários:

Manuel Veiga disse...

"cães, como nós..."

Rafael Almeida Teixeira disse...

Quando criança, tive um cão. Seu nome era Veludo.
Ele meu amigo morreu matado.


PS: Muito lindo seu amigo.

mena maya disse...

Cheio de ternura este teu post!
Acredito que não goste dos preparativos para o verão. mas depois sabe-lhe bem...

Um abraço

M. disse...

Pois, John Grogan...

Klatuu o embuçado disse...

Amiga, venho convidar-te para aderires ao blogue da Nova Águia, bem falta lá faz quem falasse de África... ;)

Beijinhos.

naturalissima disse...

Mas que coisa mais fofa!
Hehehehe... senti frescura e levesa.

Boa semana :)

dona tela disse...

Haja alegria por aqui também.

Rocha de Sousa disse...

Nunca tive cães. Nunca vivi em es-
paços que mo permitissem, sobretudo
na fase da vida em que o tipo de comunicação que se tem com um ani-
mal doméstico é extremamente grati-
ficante. Só me lembro de ter um cágado (e acabei por ser publicado
por uma Tartaruga).Mas um cágado é
muito impessoal. E um dia entrou-me
pela janela um canário fugido. Lin-
do. Oferta do acaso. Adoptei-o e ele cantou sempre. Mas quando morreu não gostei do que vi: até
nos bichos a morte é de uma tal
absurdidade que acabamos por nos
ver a enterrar um passarinho em vez
de o atirar para o lixo.
Um cão como esse, lindíssimo, capta
o nosso apelo pela vida e por essa
espécie de «humanidade» que certos animais possuem.
Bonita série documental a sua, um
tratamento humanizado, criancinha ou ET vindo não se sabe donde.
Rocha de Sousa

rui disse...

Olá Jawaa

Certamente que te sobra material para escrever também um livro sobre a tua ligação com este cãozinho tão querido.

Abraço

Justine disse...

Mas valeu a pena o sacrifício: que beleza ficaste!!


("Marleu e eu" é um livro indispensável a todos os que gostam de cães)

Anónimo disse...

Que lindo perrito! Se te ve feliz... :)

Van Dog disse...

Parabéns atrasados! (foi o Chat Gris que me avisou...)

mjf disse...

Olá!
Cheguei até aqui pela "pata" do chat gris...
Parabéns, embora atrasados...
Também tive um " Joquinha" igual a ti, e com o teu peso, eu adorava ver-te na brincadeira om o chat gris, pois eram brincadeiras que eu reconhecia muito bem...pois o meu Joquinha também brincava com o meu Baltazar( o meu gato)...
No dia 21 de Janeiro o meu menino morreu com um problema cardiaco...agora tenho a Tininha ( mulher do Joquinha) e o Baltazar...
Desculpa o meu desabafo.

Beijocas grandes para ti e faz favor de continuares a ser brincalhão e lindo...

APC disse...

Charmosíssimo no Inverno e tão patusco no Verão! Delicioso! :-)

E belo pedaço de prosa sobre a finitude de que nos lembram!

Deixo-te esta perolazinha:

“Logo que a nossa alma se separava do corpo, este era enterrado, pisgando-se a alma para o outro mundo. Nas últimas semanas, Willy não tinha falado de outra coisa, e agora não havia na mente do cão a menor dúvida de que o outro mundo era um sítio real e não uma invenção. Chamava-se Timbuktu e, tanto quanto Mr. Bones pudera perceber, ficava no meio de um deserto algures não sabia onde (…).
Que importância é que tinha que fizesse um calor dos diabos nesse tal outro mundo? Que importância é que tinha que não houvesse nada para comer, nem para beber, nem para cheirar? Se era para aí que Willy ia, então era para aí que ele também queria ir. Parecia-lhe perfeitamente justo e merecido que, quando chegasse a sua hora de dizer adeus a este mundo, o deixassem viver no além com a mesma pessoa a quem se tinha afeiçoado no aquém.”


(In Timbuktu, Paul Auster, 1999; em que Mr. Bones é um rafeiro e Willy um mendigo).