Toda esta noite o rouxinol chorou
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma de gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente…
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste… e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras minha alma
Que chorasse perdida em tua voz!...
Florbela Espanca
2 comentários:
Florbela, a sensitiva, a eterna apaixonada, a sempre insatisfeita. Gostei de a reencontrar. **
Gostei muito deste momento, desta lembrança, deste poema de Florbela Espanca...Mulher de alma inquieta.
Continuação de uma bela semana
Daniela
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