- Como te chamas?
- Ana Menina!
É a apresentação que me cumpre fazer de quem comigo partilha agora este espaço.
Filha. Continua a ser a minha Ana Menina, mas cresceu nela a amiga dos momentos difíceis que a vida tece.
Mulher. Inteligente, lutadora, solidária. E, principalmente, generosa.
Esgotada física e intelectualmente no meu último ano de trabalho, propôs-se cumprir por mim o objectivo que delineara para iniciação à poesia que eu vinha a sentir sem condições de concretizar. Em duas sessões de trabalho a convite, conseguiu que cada um dos alunos escrevesse, sozinho, em jeito de Boris Vian, o seu poema de vida. Inserida no grupo, ela própria escreveu:
Eu quero uma vida em forma de vida
Em forma de silêncio à beira-mar
Quero uma vida em forma de concha numa arca escondida
Eu quero uma vida em forma de tinta permanente
De traço de arquitecto, em forma de gato feliz
Eu quero uma vida em forma de instante,
De planície, de infinito a perder-se de longe
Ou de caixa fechada
Guardada no fundo de alguém à minha espera
Eu quero uma vida em forma de outra,
De pessoa sozinha em alto-mar sem medo
Eu quero uma vida em forma de fotografia por tirar
De envelope colorido por abrir, em forma de jóia
Eu tenho-a, mas ainda não é o bastante
Eu um dia vou «ser» contente.
10 comentários:
Como diria o Zeca, "Venham mais cinco!"
Um beijo
jawaa Wow!Your Extra News here!★※★
Adorei. Beijinhos às duas.
Muito belo este poema onde esta "menina" quer um dia "ser" CONTENTE! Interessante e invulgar sentimento o facto de não dizer que quer ser FELIZ, mas sim contente! Existe uma diferença entre uma coisa e outra. Pelo menos sinto a como tal.
Jawaa, tens no blog do Miguel, (Copa Rota), uma resposta para ti do meu tio (Rocha de Sousa)!
Estranhei que ele não o fizesse aqui no teu espaço! Por lapso, talvez... Achei por bem que fosses ler, pois é também referente à tua "Ana menina".
Desejo-te uma bela semana
Um beijinho e até breve
Daniela
Jawaa, gostei muito da sequência que deste às fotos editadas no post "Cerâmica".
Muito bem apresentadas, deixnado-nos a ideia correcta do seu conteúdo.
Um beijinho
Daniela
... Embora ainda não sempre contente, é linda, linda essa sua menina...!
Pingo de saudades dessa menina que um dia vai "ser" contente!
Naturalíssima, obrigada pelo aviso da mgm no Capa Rota. Realmente a mensagem parece ser-me dirigida, só não a compreendo na totalidade pq Rocha de Sousa faz referências que não coincidem com o que tenho lido e menos ainda com essa Ana (que faz montanhismo, por ex.)referida. Há-de haver uma qualquer confusão por aí...
Outra coisa: em relação ao comentário sobre a Cerâmica, agradeço na mesma, mas os louros devem ir para quem postou, e dessa vez não fui eu...!
Beijinho para ti
Jawaa
Mais uma vez, gostei.
Essa Ana Menina da foto, faz-me lembrar uma que conheci há muitos, muitos anos atrás e que desde ai despertei para sentimentos até antes desconhecidos. Terá sido nesta encarnação?
Cara amiga, escrevi-lhe há pouco, por e-mail um abusivo texto em ex-
tensão, e agora, aqui, só posso comunicar-lhe sobretudo a ternura, tanto nas palavras como nas imagens
ditas pelas palavras, que me tocou.
Sabe, eu sou um bocado «lamechas», era um menino sério e triste, como
digo num dos meus livros.Se visitar
o blog construpintar02, pode ver lá
um bocado de a Casa Revisitada. O menino da fotografia sou eu talvez
com cinco anos. Na capa vê-se melhor. Mas isso é apenas uma curiosidade e a propósito destes versos cujo final e subscreveria:
Eu um dia «ser» contente
Bom resto de dia
Rocha de Sousa
vou usar «anónimo» porque este sistema não me é fiel. Como assinei
o anónimo sucumbe cá em baixo
Matei antes o anónimo.
Boa malha.
Menino sério e triste
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