«O João dorme… (Ó Maria,
Dize àquela cotovia
Que fale mais devagar:
Não vá, o João, acordar…).»
António Nobre
Estou aqui, pousada na balaustrada.
Sobre o mármore, espero o vento outonal que enfeita o céu de algodão e varre as folhas cansadas de verde. E traz as rolas novas.
Não é verdade que o Outono só anuncia a tempestade. Com ele apenas chega mais frio. Mais frio e depois a neve. Os sabores mais fortes do que nos sustenta o corpo, os fumeiros, o odor do queijo, do mosto, o sabor do vinho novo. E as castanhas.
O afago doce das malhas, das camisolas de lã, as meias, os garruços, o cachecol enrolado que cobre a boca e as orelhas.
Venha então a neve. E os bonecos de nariz de cenoura. E o desporto que não sei contar, mas sei dos que dele sentem a volúpia.
Eu gosto do primeiro arrepio do Outono.
1 comentário:
Obrigada, meus amigos, sempre.
Vou continuar a dizer umas palavritas, mesmo de férias!
Umas fotos de certeza, só que a mestra das minhas fotos habituais fica em terra... vamos ver o que consigo fazer.
Beijinhos aos dois
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